quarta-feira, 30 de julho de 2008

Agenda Setting e Espiral do Silêncio




A Teoria do Agendamento ou Agenda-setting foi elaborada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, em 1972. A mídia determina a pauta para a opinião pública ao destacar determinados temas e preterir, ofuscar ou ignorar outros tantos.
Eu mesmo participei efetivamente desse "artifício" para manter minhas reportagens e pautas em evidência, sem com isso saber que contribuia para a mídia com a qual trabalhasse manter a intensidade de cobertura do fato e a relevância deste para o público. Essa relação ocorre repetidamente. Muitos receptores às vezes nem se dão conta do porquê estão tão envolvidos com determinado assuntos "polêmicos".
Casos populares como o assassinato da menina Isabella, o envolvimento do jogador Ronaldinho com travestis ou até assuntos de interesse políticos pautam a agenda da sociedade, ou até vice-versa.A mídia passa a ser pautada pelo crescente interesse de determinado assuntos.
Um bom exemplo:Com a cobertura da morte da menina Isabella Nardoni, no dia 5 de abril, a audiência dos telejornais cresceu até 46% na primeira quinzena do mês em relação ao mesmo período de março -é também o caso do "Brasil Urgente", da Band. A informação é da coluna Outro Canal, de Daniel Castro, na Folha de São Paulo.A audiência do "Balanço Geral", da Record, cresceu 25%. Ao caso Isabella também foram atribuídas as consecutivas lideranças da Record no período matutino.No "Jornal Nacional", a cobertura chegou a ocupar 15 minutos e 20 segundos na edição da terça-feira (15/4), o equivalente a 37% do telejornal. A Globo mobilizou 18 repórteres, oito produtores e 20 cinegrafistas para cobrir o caso. Eles fizeram plantões permanentes em casas de parentes de Isabella e em delegacias.
Enfim, aconteceu tudo que as duas partes, telespectadores e mídia, queriam. Cobertura repetitiva e agendamentos solicitados.

Espiral do Silêncio. Basicamente segue uma linha: "Eu me calo porque todo mundo está falando outra coisa". O grande problema é que com esse comportamento não se gera cidadania.O termo Espiral do Silêncio foi utilizado pela pesquisadora alemã Noelle-Neumann, as pessoas tendem a esconder opiniões contrárias à ideologia majoritária. Se acharem que suas opiniões podem não ter receptividade optam pelo silêncio. Os meios de comunicação por sua vez, tendem a priorizar as opiniões dominantes, isto é, aquelas a que tem maior acesso, consolidando-as e contribuindo para a formação de uma minoria isolada.Há uma grande relação com a teoria da Agenda Setting,onde as informações são veiculadas na mídia como aquilo que devemos discutir ou pensar, ajudando a manter assim o status quo.

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