sábado, 27 de fevereiro de 2010

TV paga, o debate rastaquera.

Vendo esse "pacote" infinito de TVs, lembrei de José Saramago, quando questionou a necesidade de um cidadão ser "enxovalhado de canais dentro de casa", fazendo uma alusão sobre como seria se ele recebesse 500 jornais por dia!!! Quanto a indústria cultural norte-americana, não é de hoje que modelos de negócios entre Brasil e EUA favorecem conglomerados de mídias dos dois países em detrimento a produção e cultura nacional.

Alberto Dines
26.02.2010

Em pleno carnaval um arranca-rabo sobre o "esterco cultural" produzido pela TV paga americana mobilizou os foliões da política & vizinhanças.
Tudo começou com o comentário do assessor internacional do presidente Lula, o professor Marco Aurélio Garcia, noticiado pelo Globo (ver abaixo), sobre a qualidade e teor da programação da TV paga americana, e terminou numa cruzada da Folha de S.Paulo em defesa da "produção independente". Se o debate fosse travado numa mesa de botequim, regado a cerveja, seria mais profundo, veraz e produtivo. Em letra de forma virou samba do crioulo doido.
As opiniões de Garcia foram pinçadas de suas intervenções num debate sobre a política de relações internacionais do PT realizado em Brasília, no sábado (6/2), às vésperas do congresso nacional do partido, ao qual também compareceram o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário de Assuntos Estratégicos, e o sociólogo Emir Sader. Mas o jornalismo da Era Kindle dispensa este tipo de referência: alguém disse que Garcia falou, tá falado – sapecam-se aspas e estamos conversados.
Os comunicadores do PT ou palacianos também não se deram ao trabalho de registrar no site do partido ou do governo o que foi efetivamente dito pelo assessor presidencial e assim evitar distorções. A turma do aparelho também merece uma folga.
Neste vácuo, já na edição de terça-feira (16/2, pág. A-6) da Folha entra em operação a infernal máquina da repercussão: uma repórter perguntou à ministra Dilma Rousseff se concordava com a opinião do professor Garcia segundo a qual existe hoje "um retraimento do pensamento crítico" com um avanço da "subintelectualidade de direita". Dilma concordou, óbvio. Paulo Francis aplaudiria de pé.

Esporte saudável

Na quinta-feira (18/2), a mesma Folha resolve esquentar o debate em duas páginas da "Ilustrada" (ver "Que esterco é esse?"). De repente, amplia-se a crítica de Garcia e o que ele disse a respeito da TV paga americana, num passe de mágica, passa a valer para toda a TV paga, inclusive a européia e a brasileira.
O professor exagerou, foi simplista e sabe disso: o jornalismo da Fox é nauseante, o da CNN é infantil, algumas séries são realmente estúpidas, mas outras são críticas e hilariantes. A programação dos canais de filmes em muitos casos equivale a de um cineclube. Os canais de documentários são de excelente nível, deveriam ser mostrados em nossas escolas. A baixaria televisiva americana está na TV aberta, sobretudo nos filmes. O assessor presidencial não poderia referir-se a eles porque também são exibidos em redes amigas como a Record, a Bandeirantes e o SBT.
Debater a mídia é um esporte salutar, próprio das sociedades desenvolvidas. Indispensável praticá-lo com fair-play e seriedade.

***Marco Aurélio Garcia ataca programação de TV a cabo

Bernardo Mello Franco # reproduzido do Globo Online, 9/2/2010
"Escalado para coordenar o programa de governo da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência, o professor Marco Aurélio Garcia anda preocupado com a influência da TV a cabo sobre os corações e mentes dos brasileiros. No sábado [6/2], o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais discursou sobre o tema em debate na sede nacional do PT. Em meio a discussões sobre política externa, ele surpreendeu com um libelo contra o que chamou de "hegemonia cultural dos Estados Unidos".
Marco Aurélio comparou a influência da indústria de entretenimento ao poderio bélico da 4ª Frota, a divisão da Marinha americana que atua no Atlântico Sul.
– Hoje em dia, quase tão importante quanto a 4ª Frota são os canais de televisão a cabo que nós recebemos aqui. Eles realizam, de forma indolor, um processo de dominação muito eficiente. Despejam toda essa quantidade de esterco cultural – esbravejou.
Em tom de alerta, o assessor de Lula disse que a esquerda precisa reagir à difusão de valores capitalistas:
– Estamos vivendo um momento grave do ponto de vista de uma cultura de esquerda. A crise dos valores do chamado socialismo real e a emergência desse lixo cultural nos últimos anos nos deixaram numa situação grave.
O petista também reclamou de um suposto marasmo intelectual no Brasil, comparando os dias atuais a momentos de efervescência cultural das décadas de 1930 e 1950:
– Hoje vivemos uma transformação do ponto de vista econômico-social muito mais importante do que no passado. No entanto, temos um deserto de ideias, um deserto de produção cultural. Isso é um problema no qual temos que pensar.
O coordenador da campanha de Dilma disse que o Brasil foi programado para ser um país pequeno e defendeu o fortalecimento das estatais no governo Lula. Ao condenar o avanço da direita na Europa, fez uma recomendação à plateia:
- Nunca subestimem a estupidez humana. Quem subestimou a estupidez humana se deu mal na História."
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
Sobre o autor:
Em seus mais de 50 anos de carreira, Dines dirigiu e lançou diversas revistas e jornais no Brasil e em Portugal. Leciona jornalismo desde 1963, e, em 1974, foi professor visitante da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, Nova York.
Foi editor-chefe do Jornal do Brasil durante 12 anos e diretor da sucursal da Folha de São Paulo no Rio de Janeiro. Dirigiu o Grupo Abril em Portugal, onde lançou a revista Exame.
Depois de anos driblando a ditadura à frente do Jornal do Brasil, foi demitido em junho de 1984 justamente por publicar um artigo que contrariava a direção do jornal, ao criticar a relação amistosa de seus donos com o governo do estado do Rio de Janeiro.
Criou o site Observatório da Imprensa, o primeiro periódico de acompanhamento da mídia, que conta atualmente com versões no rádio e na TV.
Escreveu mais de 15 livros, entre eles Morte no paraíso, a tragédia de Stefan Zweig (1981) e Vínculos do fogo – Antônio José da Silva, o Judeu, e outras história da Inquisição em Portugal e no Brasil, Tomo I (1992). O livro sobre Stefan Zweig foi adaptado para o cinema por Sylvio Back em 2002 no filme Lost Zweig. Alberto Dines também fala sobre Stefan Zweig no documentário do mesmo diretor.
Atualmente é pesquisador sênior do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, onde foi co-fundador, além de coordenar o Observatório da Imprensa on-line e pela televisão.
Fonte: Wikipedia.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Dos brasileiros conectados, 79% usam de redes sociais!

Hoje o Brasil já conta com um em cada três de seus habitantes usuários de internet e média mensal de 23 horas e 12 minutos conectados à rede, enquanto japoneses destinam 3 horas e 30 minutos da vida todo mês para essa função.
Esses dados dão uma diretriz do potencial da internet na difusão de conhecimento e cultura também pelo uso de ferramentas diferenciadas como as mídias sociais. Pesquisa revela que 79% de todos os brasileiros conectados fazem parte de redes sociais.
Assista ao vídeo com mais dados produzido pela AgênciaClick:


Conexão Cultura

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Recognizr | a (re)volução do cartão de visita!

O Recognizr é uma aplicação conceito criada pela empresa sueca Polar Rose, que integra duas tecnologias: reconhecimento facial e realidade aumentada.

Ao apontar a câmera do seu celular/ smartphone no rosto de uma pessoa, ele o cerca de ícones com links para seus perfis em vários sites como Facebook, Twitter e Delicious.
Veja vídeo:


Fonte: Comunicadores
http://comunicadores.info/

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma análise sobre paradígmas comunicacionais!!!!

Prof.Dr. Walter Lima-Mídias Sociais: A Cooperação Humana e as Tecnologias Digitais Conectadas

"Difícil encontrar discussões profícuas sobre produção de conteúdo informativo de relevância social (jornalismo) no ambiente conectado digital. Os atuais responsáveis por portais de conteúdo estão preocupados, e com certa razão, com a rentabilidade do seu modelo de negócio. Em... diversos lugares (listas, encontros, blogs ...etc), somente há discussão sobre como fazer dinheiro com "jornalismo online" (webjornalismo, jornalismo digital etc). Como não sou formado em administração de empresas, publicidade, marketing ou recursos humanos, somente tento entender qual é a função do jornalismo nesse novo espaço denominado de esfera pública interconectada. Acredito que não adianta tentar encontrar modelo de negócio sem conhecer os vetores que estruturam o ambiente comunicacional totalmente diferente dos analógicos".