terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma questão importante relacionada ao futuro e presente do jornalismo.




Dentro do uso de feramentas de mídias sociais e da não necessidade de diploma de jornalista, essa iniciativa do site fwix é bem interessante, pois coloca  mais uma vez a questão do jornalismo cidadão. É evidente que a convergência tecnológica nos mobiles permite todos os tipos de interação e colaboração multimídia, com o envio  de conteúdos e reportagens, mesmo que partindo de quem não tem as técnicas jornalísticas ou ainda, a persepção do que é relevante e ético. Nosso país já possui grande número de mobiles e aplicativos prontos para esse tipo de participação em coberturas locais, com a provável facilidade de  levar aos sites  de notícias, mídia impressa e telejornais todo tipo  de informação. O grande questionamento que se coloca é quanto a qualidade e veracidade do que é enviado. Fotos e vídeos sempre contam a história por sí só, mas com certeza vai requerer maior demanda de um editor, ou moderador, para selecionar uma eventual enxurrada de "besterols". A reputação de um site desse tipo também é uma questão de relevância. É preciso também  lembrar da reputaçã de quem seleciona, edita ou modera os envios de notícias.   
http://fwix.com/ngeo.php

Fonte Talk2- http://www.talk2.com.br/relacionamento/escola-de-focas/
Por Marcelo Ottoni
Um site americano pretende montar uma rede social que faça cobertura jornalística local, recrutando cidadãos munidos de seus iPhones. Grande sacada ou irresponsabilidade?


A iniciativa, que vem dividindo opiniões sobre a prática do jornalismo, é do Fwix. O site é um agregador de notícias com foco local que agora pretende aproveitar sua rede de leitores para que os próprios produzam notícias de suas respectivas cidades. O serviço deve ser lançado nos próximos dias nas 85 cidades cobertas pelo site.

É tudo bem simples, um leitor com seu iPhone e com o aplicativo do Fwix instalado no aparelho poderá fotografar algo que julgue ser um fato relevante e reportar o acontecimento. Ele sobe a matéria e pronto, se é morador de Nova Iorque, verá sua notícia ao lado das matérias do New York Times, dos blogs locais, etc.


A aposta do site é usar o conceito colaborativo para garantir furos locais, sem levar muito em consideração se vai ter gente que vai promover seu estabelecimento travestido de notícia. Espera-se que sejam postadas informações com fotos sobre incêndios, manifestações, acidentes de trânsito, novos restaurantes, ações da prefeitura. A ideia é trazer notícias da comunidade para a comunidade e pela comunidade.

É comum nas redações, em editorias que cobrem notícias locais, acatar sugestões de pauta, ou mesmo usar informações vindas dos moradores para rechear suas páginas, mas tudo passa pela mão do editor, que decide se é ou não uma notícia de interesse de seus leitores. O Fwix inovará ao eliminar a figura do editor. Aliás, uma das ferramentas do site é de compartilhar notícias, usando o Twitter e o Facebook. Além de disseminar, é possível medir quais são as notícias de real interesse do leitor.

Se vai dar certo? É possível, mas talvez os donos do site descubram que o editor não é uma figura tão dispensável assim e seja necessário que usem recursos de edição e moderação em detrimento da liberdade e da auto-gestão comunitária. Uma coisa o jovem de apenas 22 anos, Darian Shirazi, fundador do Fwix tem que ter em mente: para um canal noticioso, a credibilidade é o seu bem mais valioso e o editor é o guardião dela.

4 comentários:

Walter Teixeira Lima Junior disse...

Olá, Luiz

Parabéns, siga em frente.... e seja feliz, meu amigo.

walter

Luiz Galvão disse...

Obrigado Walter. Você é muito importante nesse ciclo de estudos na minha vida.

Veridiana Morais disse...

Acessei o site, na página de Nova York. Logo de cara, cai na gargalhada: escolhi um vídeo da ABC, que foi postado pela própria emissora! Depois, vi um post do NYT. Isso me fez pensar que "a falência dos grandes conglomerados de mídia" é uma falsa profecia. O mundo se reinventa? Pois eles também! E ainda compram o site de busca, o de relacionamento e, quem sabe, o próprio Fwix! Segui no site em busca do tal "jornalismo cidadão". Não gosto dessa nomenclatura! Que eu saiba, jornalistas são cidadãos, ou seja, o jornalismo é, há tempos, feito por cidadãos!!!! Além disso, "jornalismo cidadão" tenta dar um "lastro popular" como se tudo que fosse dito/produzido por um cidadão tivesse peso e relevância jornalística. Bom, ainda interessada em buscar o tal jornalismo, segui navegando. Encontrei grupos contra Michael Bloomberg, um post bem humorado sobre a promoção de aniversário de uma pizzaria, que vendeu pedaços de pizza a 45 cents. Bem, curioso, mas só isso...curioso. Depois,um bem legal, sobre uma feira de troca de roupinhas de bebê, bem local e útil. O site é bacana mas, na minha opinião, jornalismo não é só isso!!!

Luiz Galvão disse...

O problema dos profissionais das televisões e dos meios de comunicação em geral é que ainda se julgam tão importantes e "grandes", influentes, que querem mesmo manter ou recriar um mundo um mundo só deles. Um mundo que tem muito pouco a ver com a realidade. De resto, esses meios de comunicação não estão interessados em reflectir a realidade do mundo, mas sim em competir entre si. Uma estação televisiva, ou um jornal, não pode permitir-se não ter a notícia que o seu concorrente direto tem. Não obervam a realidade emergente. Me pergunto sobre a grande incógnita que reside no fato de que o grande público das comunidades online é formado por jovens e pela geração com menos de 35 anos, e, já provado, a afinidade com a imprensa convencional diminui aceleradamente. Leitores e telespectadores com mais de 30 anos estão cada vez mais confusos ambiente dos chats, redes socias e compartilhar informações, ou ainda ser um próprio produtor de conteúdo.Ainda é muito cedo para se aavaliar ou cair na gargalhada, os experimentos estão aí, os anseios dos cidadão que também podem ser jornalistas como os próprios jornalistas o são..e a´´i me questiono onde estaria a ética. Entre os jornalistas?
Um bom começo.O TimesPeople permiti o cadastro free, o portal utiliza o usuário como indicador/propagador dos seus conteúdos. O usuário pode recomendar algum conteúdo para outros usuários cadastrados que ele adicinou ao seu perfil. Com isso, outros usuários podem ver a lista de recomendação e acessar os conteúdos que eles, talvez, não teriam interesse, mas acessam porque foi recomendado por alguém com quem têm uma certa identificação. O NY Times Digital, de modo eficiente, fornece mais "portas de acesso" ao seu vasto arquivo. Aumenta sua audiência, a permanencia no portal e consegue melhor fidelização.
Além dessa possibilidade, o Timespeople permite seguir alguns usuários e as suas recomendações.
Isto gera uma significativa mudança na estrutura de poder social, pois a possibilidade de gerar conteúdos e influenciar pessoas e decisões, deixa de ser exclusividade dos grande grupos capitalizados, para se tornar comum a qualquer pessoa. Além disso, a redução do custo de publicação a quase zero possibilita a produção de conteúdos muito específicos também para pequenos públicos - que antes não justificavam a equação econômica.
Mídias Sociais significam mais liberdade de comunicação interativa, combinada à facilidade de uso das ferramentas para fazê-lo. Uma arquitetura participativa em redes, forma a base da receita para que as plataformas de mídias sociais possam ser classificadas como uma das mais influentes.
O embate entre o "velho" e o "novo" está nas possibilidades do open source, que cada vez mais milhares de jovens desenvolvem.
Eu realmente não vejo porque o setor privado está com medo da concorrência e do envolvimento das m.s. É fonte de inovação.Murdoch nuca ficaria chateado.Como você mencionou, "eles se reinventam", especialmente quando a BBC faz isso muito melhor. A questão é saber entender, aceitar, mesmo questionando, as forças que emergem numa cultura de convergência de mídia.
Finalizo com o Professor NIcholas Negroponte, que em 1990 escreveu no livro A Vida Digital:
"Os impérios monolíticos de meios de comunicação estão se dissolvendo em uma série de indústrias de fundo de quintal. Os atuais barões das mídias irão se agarrar a seus impérios centralizados amanhã, na tentativa de mantê-los. As forças combinadas da tecnologia e da natureza humana acabarão por impor a pluralidade com muito mais vigor do que quaisquer leis que o congresso possa inventar"