quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Fechem o seu conteúdo e descubram quantas vezes nós iremos visitá-los…

Do Blog Trezentos
Isso mesmo. A grande imprensa comandada por Keith Rupert Murdoch deve fechar o seu conteúdo. Globo, Folha e Estadão parecem que irão aderir a Declaração de Hamburgo, uma espécie de grito de guerra de um segmento da velha indústria de intermediação contra a circulação gratuita de informação noticiosa.
Querem endurecer as leis de copyright para tentar evitar que as pessoas compartilhem as notícias que estão em seus portais. Querem impedir a existência de agregadores de notícias e provavelmente irão bloquear todos os RSS.
Por que tanto desespero?
Porque a Internet afetou os gatekeepers e seus modelos de negócios. Porque a Internet acelerou a velocidade de circulação da informação e permitiu que pessoas comuns disputassem com poderosos editores o que poderia ser noticiado. A diversidade de fontes e a queda na credibilidade dos grandes grupos jornalísticos ocorre simultaneamente ao aumento de reputação de diversos blogueiros e sites colaborativos. Além disso, as redes sociais digitais aparecem e crescem também como fonte de notícias.
Resultado: maior diversidade de fontes, maior pulverização das audiências e maior disperção das verbas publicitárias.
Hoje, se reunirmos 5 blogueiros de destaque e observarmos o número diário de seus visitantes únicos, perceberemos que tal soma ultrapassará o número de leitores de qualquer impresso diário brasileiro, excetuando os jornais de São Paulo (por enquanto).
O ecossistema midiático mudou. Murdock acha que tem força para bloquear as redes digitais. No seu manifesto, está escrito: “Universal access to websites does not necessarily mean access at no cost. We disagree with those who maintain that freedom of information is only established when everything is available at no cost.” Ou seja, querem voltar ao velho mundo da cobrança por conteúdo. Ótimo. Fechem logo o acesso aberto às suas empresas.
Em breve, os empresários de comunicação que buscam produzir notícias sérias e de qualidade perceberão que se tiverem um portal informativo aberto e ágil serão replicados, retwittados, copiados e atrairão um fluxo crescente de leitores. John Perry Barlow já havia avisado: a força da economia digital está no relacionamento e não na propriedade. Murdock só é bom em um ambiente verticalizado e autoritário, por isso, odeia as redes digitais.
Murdock não deve ter lido nem mesmo o prólogo do livro Free, de Chris Anderson. Se tivesse lido, talvez aprendesse com o exemplo do Monty Python que aumentou 23.000% a venda de seus produtos depois que os liberou (em alta resolução) em seu canal no Youtube.
Declaração de Hamburgo

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