Será que ela tem noção de Cultura Macworld ou Modernidade Líquida:
Cheguei à estação de metrô subterrânea no shopping Bourboun e fui em direção à praça de alimentação. Quando estava indo, me perdi e de repente estava em um grande salão de quatro paredes onde havia vários stands de várias marcas diferentes. Havia stands da Sansung onde um cara convidava a nos vermos a si mesmos em uma grande tela de celular. Havia também um stand da claro, onde tinha celulares caros e bonitos que chamavam a atenção.
Eu que estava morrendo de fome, queria sair daquele lugar, mas não encontrava saída. Resolvi então perguntar ao segurança, um homem alto, negro, que disse para mim que não havia saída daquele lugar, que ali estávamos confinados a ver todas as novidades do mundo do consumo e que estávamos ali para consumir.
Naquele momento, fiquei indignada com essa descoberta e, para mim, tinha que haver uma maneira de sair daquele lugar desesperador, onde eu olhava as pessoas e as via tão tomadas pelo consumo, maravilhadas com o mundo do consumo.
De repente surgiu outra escada rolante, que na verdade era uma esteira rolante que só descia e levava para outro salão imenso onde havia mais stands. Um deles era stand da Disney, com computadores de alta tecnologia, onde as pessoas se divertiam freneticamente, maravilhadas com aquelas tecnologias avançadas. Avistei, então, uma grande porta toda lacrada, onde dava para ver o lado de fora um jardim, me senti dentro de uma bolha. Corri em direção à porta e me deparei novamente com outro segurança, igual ao primeiro. Perguntei novamente como eu fazia para sair daquele lugar desesperador e ele me disse que era melhor eu ir perguntar no stand do pet-shop. Quando passei pelo segurança, vi que ele era um avatar, que ele não era de verdade. Aquilo me causou mais desespero, a minha vontade de sair daquele mundo onde você era obrigado a ter a idéia de consumismo na cabeça, só aumentava e me deixava mais inconformada como o sistema capitalista acaba com qualquer pessoa, como ele faz as pessoas se tornarem fúteis.
Cheguei então no stand do pet-shop. Havia uma moça com um cachorro branco no colo. Perguntei a ela onde era a saída e ela me disse que não tinha como sair, que eu iria ter que entrar nesse mundo consumidor. Aquilo para mim era inaceitável, eu tinha de qualquer jeito sair daquele lugar horrível, indigno dos princípios da vida, da cultura.
Tive então a idéia de ir até a esteira e tentar subi-la para poder encontrar uma maneira de sair. Comecei a subir, mas a esteira não deixava, ela me jogava de volta para aquele lugar onde tudo era brilhante e grande, que deixava as pessoas encantadas ao ver aquelas tecnologias, um lugar que nos obrigava a pensar em grandes marcas, consumo, moda, consumo, tecnologia, CONSUMO!! Quando então meu celular começou a tocar e aquele som, que vinha de um aparelho tecnológico, de uma marca de celulares que desenvolve celulares brilhantes, de uma operadora onde a tecnologia 3G permite nos comunicar, não só através da voz, mas também através da imagem, aquele som, que me acordou, desse terrível sonho que tive.
Julia Decloedt Soares
sábado, 3 de maio de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Olha a priminhaaaaa Parabéns !! Só pode ser de família rsrsrs lindaaaa...
Postar um comentário