“O século 21 não é tempo para ser uma empresa de jornal tradicional”. Esse argumento foi o ponto de partida para o desenvolvimento de um relatório lançado em fevereiro deste ano, nos Estados Unidos.
A versão 2.0 do projeto Newspaper Next, organizada pelo Instituto de Imprensa Norte-Americano, tem uma certeza: ou os jornais se adaptam ao mundo online ou quebrarão. E a razão é simples: não haverá investimento em publicidade para quem não se mexer rapidamente.
O relatório é uma espécie de guia de sobrevivência para sair dessa sinuca de bico. Conheça abaixo os detalhes do projeto.
Premissa
O estudo se apóia em conceitos de marketing para pregar que as empresas que editam jornais devem se adequar àquilo que a sociedade da era digital necessita e espera. Não é à toa que o terceiro — e conclusivo — capítulo do é intitulado Maximizing Online Revenue (Maximizando as Receitas Online).
Caindo
Principal fonte de receita, a venda de espaços publicitários está em queda livre nos impressos. Em 1990, os jornais chegavam às bancas com 25% dos investimentos em mídia nacional. Hoje respondem por menos de 17% do ad share (participação nas receitas obtidas com venda de anúncios).
Subindo
A internet respondia por 3% até 2004. Hoje está perto dos 8% e já trava empate técnico com a TV a cabo e o rádio. Crescimento similar ao da internet só foi registrado na história dos Estados Unidos no início dos anos 50, quando a televisão saltou do nada para a casa dos 15% em menos de 10 anos.
Saída
A proposta é encontrar nichos de mercado e desenvolver produtos e serviços online, como jornais, guias, redes sociais, comunitárias e projetos wiki (como a Wikipédia) para novos públicos, principalmente os não-leitores.
Ferramentas
O guia sugere foco em comunidades, interação, debates e formação de redes de interesses comuns a partir de formatos e canais eficazes, com preços variados para atender classes sociais diversas.
Aplicação
Cerca de 4 mil executivos e gerentes de jornais foram treinados em workshops no projeto para usarem as ferramentas, conceitos e processos propostos no estudo. O relatório em inglês funciona como um guia, baseado nos mesmos conceitos dos treinamentos.
Estudos de caso
Mesmo sem a presença de gigantes como o New York Times, os 24 estudos de caso conseguem mostrar com eficácia o processo de organização e de financiamento de novos produtos, todos desenvolvidos durante a pesquisa. A apresentação de cada case é composta de: público-alvo, clientes corporativos, pesquisa, financiamento, indicadores e lições aprendidas.
OBS:Outro dia perguntei ao entregador de jornais aqui de casa se tinha diminuído o seu trabalho.Ele disse que faz esse serviço há dez anos e teme pelo seu emprego.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
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