quinta-feira, 24 de abril de 2008
PL 29..briga de tubarões. Mercado de TV por assinatura e da indústria do audiovisual
O texto aqui postado é longo, porém importante para esclarecimento .Apenas não se percebe onde há os reais interesses do consumidor ou a participação da sociedade.Como é difícil entender a distância entre nosso Congresso Nacional e a natureza da democracia."Podres Poderes".É bom mesmo lembrar do nosso velho Caetano.
TELA VIVA NEWS
O debate entre diferentes setores interessados no PL 29/2007 (projeto que cria novas regras para o setor de TV paga) realizado em Comissão Geral na Câmara dos Deputados pode ser resumido na frase do presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti: "parece que todos estão igualmente descontentes ou igualmente contentes com o projeto". Ou seja, cada grupo de pressão que participou das discussões com o relator da matéria, deputado Jorge Bittar (PT/SP) tem uma queixa, mas de certa forma o projeto também dá a cada um dos grupos alguma vantagem.
Prós
Entre os mais satisfeitos estão as empresas de telecomunicações, que buscam no projeto a abertura do mercado de TV por assinatura. Durante a comissão geral, as teles não fizeram nenhuma crítica. Informalmente, as empresas de telecomunicações dizem que o projeto poderia se resumir a um artigo, eliminando a vedação existente na Lei do Cabo, mas entendem que não seria possível fazer isso sem discutir um projeto mais convergente.
Contras
Entre os mais insatisfeitos estão justamente os operadores de TV por assinatura e os programadores, sobretudo os internacionais, que atacam duramente a proposta. A ABTA reclama de intervencionismo, autoritarismo e expropriação, para citar apenas alguns dos argumentos.
Supresa
Durante a comissão geral, o que se viu foi que pelo menos um programador nacional, o grupo Bandeirantes, que apoiava o PL 29/2007 de maneira veemente, agora está bem mais crítico ao texto, sob a alegação de que teriam sido feitas muitas concessões favoráveis ao modelo da Globo, em prejuízo dos demais grupos produtores de conteúdos. Os produtores independentes de conteúdos estão satisfeitos com o passo dado pelo projeto. Acreditam que é um importante marco histórico.
Confirma algumas das manifestações realizadas durante a Comissão Geral (por ordem alfabética):
* Alexandre Annenberg (ABTA): "O PL 29 não mostra um único caminho para fomentar a competição. O consumidor estará a mercê das redes monopolistas. E de outro lado ele introduz o retrógrado modelo de cotas. As reservas de mercado jamais foram capazes de estimular a qualidade. Os produtores querem estímulo, fomento incentivo. Nós da TV por assinatura temos o maior interesse em oferecer conteúdo nacional e estamos dispostos a utilizar o que pagamos para o Fust na forma de fomento. São mais de R$ 60 milhões. A cota não garante qualidade. Além disso, o poder dado à Ancine atenta contra a liberdade de expressão e é típica de regimes totalitários. É o projeto da Ancinav de novo. Por fim, o PL 29 amplia o número de canais obrigatórios a serem levados por empresas de TV por assinatura, e isso se chama expropriação."
* Bráulio Ribeiro (Intervozes): "O PL 29/2007 marca o início da atualização do marco regulatório, mas aqui os interesses econômicos impediram o desenvolvimento de uma Lei Geral de Comunicações. A versão atual é restrita e o impacto é duvidoso em um cenário de grande concentração e pouca concorrência. O PL 29 vem da demanda das teles, que estavam entrando no mercado de TV por assinatura. O PL 29 não promove a desagregação de rede. A manutenção da verticalização se verifica. Já as cotas são fundamentais. A campanha da ABTA e ABPTA é imoral e ilegal. Mas a flexibilização das cotas gera impacto tímido. A base digital da Net, por exemplo, já está de acordo com o PL e, portanto, não acrescenta nada. A proposta de um fundo de fomento e mais a política de cotas são grandes conquistas. Temos uma sensação de frustração, não porque o PL piore a legislação, mas porque a legislação se submete a interesses privados".
* Carlos Alkimin (ABPTA): "A obrigatoriedade de distribuição de canais brasileiros aumentará o custo e diminuirá a base. O aumento do poder da Ancine também é preocupante. O PL 29/2007 concede à Ancine poderes delegados ao Congresso Nacional. Por isso somos contra. Os programadores internacionais investiram R$ 146 milhões em programação brasileira. O PL 29 trará aumento de preço ao usuário, custo da produção, queda da qualidade e ampliação da intervenção do estado em uma atividade privada. A base de assinantes deve cair".
* Ércio Zilli (Acel): "A atualização do arcabouço legal, somado a um ambiente de previsibilidade e segurança regulatória é fundamental. A Acel também acha positiva a intenção de conceder estímulos à produção. Quanto à forma desses estímulos, a melhor forma é a multiplicidade de canais de distribuição. O que é crítico é a forma como está tratada a Condecine, impondo um novo tributo às empresas de telecomunicações. Mesmo que se reduza o Fistel na mesma proporção, trata-se de um novo tributo. A base de cálculo para a Condecine é idêntica à do Fistel, o que cria uma grande distorção para a telefonia móvel, que paga por usuário. Hoje já pagamos 90% do Fistel, e seremos os maiores contribuidores da Condecine. Inclusive usuários do pré-pago terão que pagar, e é improvável que tenham algum benefício. Achamos que a prestação de serviços não deve ser fato gerador da Condecine".
* Evandro Guimarães (Abert): "A TV aberta existe baseada no modelo federativo, composto por redes nacionais e complementação de programações regionais. Nossa alerta e preocupação é que o testo final não se esqueça de que é precioso o dispositivo que permite às emissoras localmente instaladas estejam no ar na mesma ordem seqüencial em que competem, não prejudicando o modelo de TV aberta, que inclusive leva a propaganda eleitoral gratuita aberta em cada localidade. O modelo da TV brasileira é a soma dos locais".
* Fernando Dias (ABPI-TV): "O parlamento brasileiro está diante de um momento importante. Houve um grande e benéfico efeito do PL 29/2007, que foi apresentar ao Brasil o setor de produção independente, que até aqui não tinha sequer direito ao trabalho, dada a estrutura verticalizada da indústria. Inacreditável que apenas 31,5% dos conteúdos dos canais seja brasileiro. Até hoje, nossa saída tem sido o aeroporto. Exportar é importante, mas quando o mercado interno está dominado. O PL 29 é um marco, um momento histórico. O texto não é o ideal e nenhuma das partes sai inteiramente satisfeita, mas é um grande passo".
* João de Deus (Abrafix): "O setor de telecom fez o maior investimento em infra-estrutura do país e universalizou o serviço telefônico. Outros setores têm liberdade de fazer todos os serviços, mas as empresas de telecomunicações não. Chegou o momento de sanar essa incorreção na Lei do Cabo. Esse projeto pode não ser o PL dos sonhos mas é um grande avanço".
* Johnny Saad (Abra): "O tema que temos aqui é muito importante para o nosso país. Mas confesso que fiquei triste quando li essa última versão. As negociações mudaram de tal forma o projeto de forma que ele ficou prejudicado. Temos que lutar para ter 50% da programação na mão de brasileiro, e não na mão de um grupo. Hoje temos um entrave, um único grupo que controla a distribuição. Nossos canais só entram na NeoTV. Também acho estranho que radiodifusores não possam entrar no setor de telefonia. Temos que falar espanhol para poder comprar empresas de telecomunicações? Por que isso? As empresas de cabo ficaram completamente desprotegidas. Não gosto de cotas, mas acho que pode realmente ser um incentivo a produção. Se pegarmos metade dos canais não teremos produtoras para fazer, mas pode ser aos poucos. O projeto tem que ser melhorado, mais discutido e mais aprofundado, como no começo".
* José Fernandes Pauletti (Abrafix): "O mundo mudou, a tecnologia evoluiu e as regras têm que se adaptar. Esse é um primeiro passo, nossa posição é de apoio e queremos que esse projeto seja aprovado o mais rapidamente possível. Tenho certeza que ele não atende a todos os participantes e interessados plenamente, mas é um primeiro passo. Todos estão igualmente descontentes ou igualmente contentes com o projeto".
* José Luiz Soter (FNDC): " Vemos no PL 29/2007 vários pontos positivos, mas também deficiências estruturais. Como positivos, apontamos tratamento de uma regulamentação dispersa em um único marco. O impedimento de exclusividade sobre eventos relevantes também é importante. Só isso nas leva a dar o nosso apoio. Mas tem pontos negativos, como a falta de limites ao capital estrangeiro na distribuição e a falta de dispositivos de regionalização"
* Luis Cuza (TelComp): "Queremos que o projeto exija da Anatel 30 dias para apresentar um plano de plano de execução dos princípios do Decreto 4.733/2003 e que em 180 dias apresente propostas para desagregação, modelo de custos, revenda e separação funcional. Também queremos que a prestação dos serviços audiovisuais de acesso condicionado só sejam feitos pelas teles em suas próprias redes".
* Márcio Moraes (Associação Brasileira de Cinema de Animação): "O projeto é de extrema importância, pois foi um sistema de cotas que fez com que o cinema americano surgisse há 100 anos. O que falta é espaço para exibir. Estamos ávidos para que esse projeto seja aprovado".
* Neusa Risette (NeoTV): "A NeoTV reconhece a relevância do projeto. Defendemos a livre concorrência, o fomento à produção e respeito à legislação vigente. Ao invés de obrigar, o projeto deveria incentivar. Deveria prever benefícios tributários para quem levasse mais conteúdo nacional. Sobre a legislação vigente, a crítica vai sobre a possibilidade de cobrar do operador a retransmissão dos canais de TV aberta. É importante que o PL 29 zele para que as operadoras possam dar continuidade à prestação dos serviços, com isonomia e estímulo à competição"
* Paulo Rufino (Congresso Brasileiro de Cinema): "O PL 29 deve ser saudado por abrir espaço para a produção independente. Somos signatários da convenção de diversidade cultural da Unesco e agora temos a ferramenta para honrar esse compromisso. Ficar sem cotas é ficar com uma única cota de 100% aos conteúdos internacionais".
* Sayonara Leal (Lapcom/UnB): "É importante abrir o mercado e importante fomentar a produção. Mas achamos que o projeto atende mais a interesses privados do que públicos. Há uma forte regulação de um serviço prestado em regime privado que chega a 5% da população deixando de fora a TV aberta que atende a toda a população. Esperamos um projeto de lei amplo". Samuel Possebon - TELA VIVA News
Política de comunicações
Bittar defende votação do PL 29 na próxima semana
23/04/2008, 19h30
A Comissão Geral realizada nesta quarta-feira, 23, para debater o PL 29/2007 - que trata do mercado de TV por assinatura e da indústria do audiovisual - expôs a existência de setores ainda descontentes com a proposta costurada pelo deputado Jorge Bittar (PT/RJ), relator da matéria na Comissão de Ciência e Tecnologia. Mesmo com críticas vindas das empresas de TV por assinatura e ressalvas por parte dos radiodifusores, a intenção do relator continua sendo deliberar sobre o projeto na comissão o mais rápido possível.
A agenda divulgada hoje por Bittar prevê que a primeira tentativa de votação seja na próxima terça-feira, 29, em sessão marcada para o período da tarde.
Como na quinta-feira subseqüente será feriado - 1º de maio, Dia do Trabalho - há dúvidas se existirá quórum para realizar a votação. Além da falta de vários deputados por conta da proximidade do feriado, pesa contra a possibilidade de votação na próxima semana o fato de que a comissão quer ter um quórum alto para apreciar a matéria.
Bittar acredita que existe acordo em torno do projeto, mas concorda que só vale a pena colocar o texto em votação com um número representativo de deputados na comissão. "No fundamental, o projeto tem apoio. Estou tentando construir uma visão republicana", explicou o deputado. Com relação às críticas que ainda restam por parte de alguns setores, o relator argumenta que boa parte dos questionamentos está superada na versão mais recente do substitutivo.
Rebatendo a ABTA
Um exemplo seria a reclamação recorrente da ABTA contra a cota de canais nacionais nos pacotes comercializados que, segundo a associação, irá resultar em uma redução na oferta atual das TVs por assinatura e representa uma política anacrônica. Na opinião de Bittar, a implantação de um teto para a aplicação da cota (de 10 canais) tornou a argumentação improcedente. "Anacrônico é o discurso da ABTA, que reflete a opinião de quem não leu a nova proposta", protestou.
Ainda terminativo
Bittar insiste que o PL 29/2007 mantenha-se terminativo, o que significa que não há necessidade da proposta passar pela votação do Plenário da Câmara dos Deputados. A preocupação novamente é com o tempo de análise da proposta. "O grande problema é que, se chega no Plenário, a matéria vai ficar adormecida na pilha de projetos em análise. E aí não se sabe mais quando será votado", argumenta. O entendimento do relator é que a Comissão Geral realizada hoje serviu também como uma alternativa à apreciação do Plenário, na medida em que dá visibilidade ao debate da proposta.
Mantendo-se terminativo, o PL 29/2007 precisaria passar ainda pela Comissão de Constituição e Justiça após ser aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia. Sendo validado pelas duas comissões, o texto seguirá direto ao Senado Federal.
Hipótese do plenário
Ainda assim, nada impede que os deputados façam um requerimento para levar a proposta ao Plenário. Neste caso, é preciso a adesão de, ao menos, 10% dos parlamentares (52 deputados) para solicitar a votação. Apesar de Bittar defender a tese de que a proposta deve passar apenas pelas comissões, há quem discorde dessa análise.
O deputado Miro Teixeira (PDT/RJ) apóia publicamente que a proposta seja analisada no Plenário, dada sua relevância. Idealizador da Comissão Geral sobre o tema realizada hoje, Teixeira deu indícios em seu discurso durante a solenidade de que tentará recolher as assinaturas necessárias para retirar o caráter terminativo do projeto. "É temerário que uma lei como esta fique restrita à apreciação da comissão temática. O Plenário representa a diversidade. Esse (a realização da Comissão Geral) foi o primeiro movimento para trazer a matéria a Plenário", declarou. Mariana Mazza - TELA VIVA News
Política de comunicações
Must carry e afiliadas viram foco de disputa no PL 29
23/04/2008, 20h40
Um dos principais focos de conflito do PL 29/2007 tem sido a questão da distribuição dos sinais das emissoras de radiodifusão por meio das redes de TV por assinatura, ou melhor, dos futuros prestadores do serviço audiovisual de acesso condicionado, previstos no projeto. A proposta do relator Jorge Bittar (PT/RJ) é que a distribuição seja obrigatória no caso dos sinais analógicos e negociada no caso dos sinais digitais. Ou seja, as emissoras de TV podem cobrar pela distribuição dos sinais digitais. Por outro lado, empresas de DTH, por exemplo, podem distribuir os sinais nacionais das redes de TV. Há várias posições a respeito.
Evandro Guimarães, vice-presidente de relações institucionais das organizações Globo e diretor da Abert, defende, em nome da associação, a preservação do modelo federativo da radiodifusão. Defende que os operadores de TV paga, em qualquer tecnologia, só distribuam os sinais das geradoras locais. É o que nos EUA foi denominado "local into local". Da forma como está o PL 29, nada impede que uma empresa que opere por satélite feche com uma grande rede de TV a distribuição do sinal nacional.
Por outro lado, os operadores de TV por assinatura não querem a possibilidade de cobrança pelos sinais das emissoras de TV. Alegam que hoje o modelo da TV paga está baseado nessa distribuição gratuita, e que esse é um direito do consumidor, já que a TV aberta é gratuita por natureza.
A questão da distribuição dos sinais da TV aberta é um dos pontos para os quais são esperadas mudanças no relatório do deputado Jorge Bittar, que já anunciou que só vai alterar o texto se for plenamente convencido de que existe um problema, o que ainda não aconteceu. Samuel Possebon - TELA VIVA News
TELA VIVA NEWS
O debate entre diferentes setores interessados no PL 29/2007 (projeto que cria novas regras para o setor de TV paga) realizado em Comissão Geral na Câmara dos Deputados pode ser resumido na frase do presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti: "parece que todos estão igualmente descontentes ou igualmente contentes com o projeto". Ou seja, cada grupo de pressão que participou das discussões com o relator da matéria, deputado Jorge Bittar (PT/SP) tem uma queixa, mas de certa forma o projeto também dá a cada um dos grupos alguma vantagem.
Prós
Entre os mais satisfeitos estão as empresas de telecomunicações, que buscam no projeto a abertura do mercado de TV por assinatura. Durante a comissão geral, as teles não fizeram nenhuma crítica. Informalmente, as empresas de telecomunicações dizem que o projeto poderia se resumir a um artigo, eliminando a vedação existente na Lei do Cabo, mas entendem que não seria possível fazer isso sem discutir um projeto mais convergente.
Contras
Entre os mais insatisfeitos estão justamente os operadores de TV por assinatura e os programadores, sobretudo os internacionais, que atacam duramente a proposta. A ABTA reclama de intervencionismo, autoritarismo e expropriação, para citar apenas alguns dos argumentos.
Supresa
Durante a comissão geral, o que se viu foi que pelo menos um programador nacional, o grupo Bandeirantes, que apoiava o PL 29/2007 de maneira veemente, agora está bem mais crítico ao texto, sob a alegação de que teriam sido feitas muitas concessões favoráveis ao modelo da Globo, em prejuízo dos demais grupos produtores de conteúdos. Os produtores independentes de conteúdos estão satisfeitos com o passo dado pelo projeto. Acreditam que é um importante marco histórico.
Confirma algumas das manifestações realizadas durante a Comissão Geral (por ordem alfabética):
* Alexandre Annenberg (ABTA): "O PL 29 não mostra um único caminho para fomentar a competição. O consumidor estará a mercê das redes monopolistas. E de outro lado ele introduz o retrógrado modelo de cotas. As reservas de mercado jamais foram capazes de estimular a qualidade. Os produtores querem estímulo, fomento incentivo. Nós da TV por assinatura temos o maior interesse em oferecer conteúdo nacional e estamos dispostos a utilizar o que pagamos para o Fust na forma de fomento. São mais de R$ 60 milhões. A cota não garante qualidade. Além disso, o poder dado à Ancine atenta contra a liberdade de expressão e é típica de regimes totalitários. É o projeto da Ancinav de novo. Por fim, o PL 29 amplia o número de canais obrigatórios a serem levados por empresas de TV por assinatura, e isso se chama expropriação."
* Bráulio Ribeiro (Intervozes): "O PL 29/2007 marca o início da atualização do marco regulatório, mas aqui os interesses econômicos impediram o desenvolvimento de uma Lei Geral de Comunicações. A versão atual é restrita e o impacto é duvidoso em um cenário de grande concentração e pouca concorrência. O PL 29 vem da demanda das teles, que estavam entrando no mercado de TV por assinatura. O PL 29 não promove a desagregação de rede. A manutenção da verticalização se verifica. Já as cotas são fundamentais. A campanha da ABTA e ABPTA é imoral e ilegal. Mas a flexibilização das cotas gera impacto tímido. A base digital da Net, por exemplo, já está de acordo com o PL e, portanto, não acrescenta nada. A proposta de um fundo de fomento e mais a política de cotas são grandes conquistas. Temos uma sensação de frustração, não porque o PL piore a legislação, mas porque a legislação se submete a interesses privados".
* Carlos Alkimin (ABPTA): "A obrigatoriedade de distribuição de canais brasileiros aumentará o custo e diminuirá a base. O aumento do poder da Ancine também é preocupante. O PL 29/2007 concede à Ancine poderes delegados ao Congresso Nacional. Por isso somos contra. Os programadores internacionais investiram R$ 146 milhões em programação brasileira. O PL 29 trará aumento de preço ao usuário, custo da produção, queda da qualidade e ampliação da intervenção do estado em uma atividade privada. A base de assinantes deve cair".
* Ércio Zilli (Acel): "A atualização do arcabouço legal, somado a um ambiente de previsibilidade e segurança regulatória é fundamental. A Acel também acha positiva a intenção de conceder estímulos à produção. Quanto à forma desses estímulos, a melhor forma é a multiplicidade de canais de distribuição. O que é crítico é a forma como está tratada a Condecine, impondo um novo tributo às empresas de telecomunicações. Mesmo que se reduza o Fistel na mesma proporção, trata-se de um novo tributo. A base de cálculo para a Condecine é idêntica à do Fistel, o que cria uma grande distorção para a telefonia móvel, que paga por usuário. Hoje já pagamos 90% do Fistel, e seremos os maiores contribuidores da Condecine. Inclusive usuários do pré-pago terão que pagar, e é improvável que tenham algum benefício. Achamos que a prestação de serviços não deve ser fato gerador da Condecine".
* Evandro Guimarães (Abert): "A TV aberta existe baseada no modelo federativo, composto por redes nacionais e complementação de programações regionais. Nossa alerta e preocupação é que o testo final não se esqueça de que é precioso o dispositivo que permite às emissoras localmente instaladas estejam no ar na mesma ordem seqüencial em que competem, não prejudicando o modelo de TV aberta, que inclusive leva a propaganda eleitoral gratuita aberta em cada localidade. O modelo da TV brasileira é a soma dos locais".
* Fernando Dias (ABPI-TV): "O parlamento brasileiro está diante de um momento importante. Houve um grande e benéfico efeito do PL 29/2007, que foi apresentar ao Brasil o setor de produção independente, que até aqui não tinha sequer direito ao trabalho, dada a estrutura verticalizada da indústria. Inacreditável que apenas 31,5% dos conteúdos dos canais seja brasileiro. Até hoje, nossa saída tem sido o aeroporto. Exportar é importante, mas quando o mercado interno está dominado. O PL 29 é um marco, um momento histórico. O texto não é o ideal e nenhuma das partes sai inteiramente satisfeita, mas é um grande passo".
* João de Deus (Abrafix): "O setor de telecom fez o maior investimento em infra-estrutura do país e universalizou o serviço telefônico. Outros setores têm liberdade de fazer todos os serviços, mas as empresas de telecomunicações não. Chegou o momento de sanar essa incorreção na Lei do Cabo. Esse projeto pode não ser o PL dos sonhos mas é um grande avanço".
* Johnny Saad (Abra): "O tema que temos aqui é muito importante para o nosso país. Mas confesso que fiquei triste quando li essa última versão. As negociações mudaram de tal forma o projeto de forma que ele ficou prejudicado. Temos que lutar para ter 50% da programação na mão de brasileiro, e não na mão de um grupo. Hoje temos um entrave, um único grupo que controla a distribuição. Nossos canais só entram na NeoTV. Também acho estranho que radiodifusores não possam entrar no setor de telefonia. Temos que falar espanhol para poder comprar empresas de telecomunicações? Por que isso? As empresas de cabo ficaram completamente desprotegidas. Não gosto de cotas, mas acho que pode realmente ser um incentivo a produção. Se pegarmos metade dos canais não teremos produtoras para fazer, mas pode ser aos poucos. O projeto tem que ser melhorado, mais discutido e mais aprofundado, como no começo".
* José Fernandes Pauletti (Abrafix): "O mundo mudou, a tecnologia evoluiu e as regras têm que se adaptar. Esse é um primeiro passo, nossa posição é de apoio e queremos que esse projeto seja aprovado o mais rapidamente possível. Tenho certeza que ele não atende a todos os participantes e interessados plenamente, mas é um primeiro passo. Todos estão igualmente descontentes ou igualmente contentes com o projeto".
* José Luiz Soter (FNDC): " Vemos no PL 29/2007 vários pontos positivos, mas também deficiências estruturais. Como positivos, apontamos tratamento de uma regulamentação dispersa em um único marco. O impedimento de exclusividade sobre eventos relevantes também é importante. Só isso nas leva a dar o nosso apoio. Mas tem pontos negativos, como a falta de limites ao capital estrangeiro na distribuição e a falta de dispositivos de regionalização"
* Luis Cuza (TelComp): "Queremos que o projeto exija da Anatel 30 dias para apresentar um plano de plano de execução dos princípios do Decreto 4.733/2003 e que em 180 dias apresente propostas para desagregação, modelo de custos, revenda e separação funcional. Também queremos que a prestação dos serviços audiovisuais de acesso condicionado só sejam feitos pelas teles em suas próprias redes".
* Márcio Moraes (Associação Brasileira de Cinema de Animação): "O projeto é de extrema importância, pois foi um sistema de cotas que fez com que o cinema americano surgisse há 100 anos. O que falta é espaço para exibir. Estamos ávidos para que esse projeto seja aprovado".
* Neusa Risette (NeoTV): "A NeoTV reconhece a relevância do projeto. Defendemos a livre concorrência, o fomento à produção e respeito à legislação vigente. Ao invés de obrigar, o projeto deveria incentivar. Deveria prever benefícios tributários para quem levasse mais conteúdo nacional. Sobre a legislação vigente, a crítica vai sobre a possibilidade de cobrar do operador a retransmissão dos canais de TV aberta. É importante que o PL 29 zele para que as operadoras possam dar continuidade à prestação dos serviços, com isonomia e estímulo à competição"
* Paulo Rufino (Congresso Brasileiro de Cinema): "O PL 29 deve ser saudado por abrir espaço para a produção independente. Somos signatários da convenção de diversidade cultural da Unesco e agora temos a ferramenta para honrar esse compromisso. Ficar sem cotas é ficar com uma única cota de 100% aos conteúdos internacionais".
* Sayonara Leal (Lapcom/UnB): "É importante abrir o mercado e importante fomentar a produção. Mas achamos que o projeto atende mais a interesses privados do que públicos. Há uma forte regulação de um serviço prestado em regime privado que chega a 5% da população deixando de fora a TV aberta que atende a toda a população. Esperamos um projeto de lei amplo". Samuel Possebon - TELA VIVA News
Política de comunicações
Bittar defende votação do PL 29 na próxima semana
23/04/2008, 19h30
A Comissão Geral realizada nesta quarta-feira, 23, para debater o PL 29/2007 - que trata do mercado de TV por assinatura e da indústria do audiovisual - expôs a existência de setores ainda descontentes com a proposta costurada pelo deputado Jorge Bittar (PT/RJ), relator da matéria na Comissão de Ciência e Tecnologia. Mesmo com críticas vindas das empresas de TV por assinatura e ressalvas por parte dos radiodifusores, a intenção do relator continua sendo deliberar sobre o projeto na comissão o mais rápido possível.
A agenda divulgada hoje por Bittar prevê que a primeira tentativa de votação seja na próxima terça-feira, 29, em sessão marcada para o período da tarde.
Como na quinta-feira subseqüente será feriado - 1º de maio, Dia do Trabalho - há dúvidas se existirá quórum para realizar a votação. Além da falta de vários deputados por conta da proximidade do feriado, pesa contra a possibilidade de votação na próxima semana o fato de que a comissão quer ter um quórum alto para apreciar a matéria.
Bittar acredita que existe acordo em torno do projeto, mas concorda que só vale a pena colocar o texto em votação com um número representativo de deputados na comissão. "No fundamental, o projeto tem apoio. Estou tentando construir uma visão republicana", explicou o deputado. Com relação às críticas que ainda restam por parte de alguns setores, o relator argumenta que boa parte dos questionamentos está superada na versão mais recente do substitutivo.
Rebatendo a ABTA
Um exemplo seria a reclamação recorrente da ABTA contra a cota de canais nacionais nos pacotes comercializados que, segundo a associação, irá resultar em uma redução na oferta atual das TVs por assinatura e representa uma política anacrônica. Na opinião de Bittar, a implantação de um teto para a aplicação da cota (de 10 canais) tornou a argumentação improcedente. "Anacrônico é o discurso da ABTA, que reflete a opinião de quem não leu a nova proposta", protestou.
Ainda terminativo
Bittar insiste que o PL 29/2007 mantenha-se terminativo, o que significa que não há necessidade da proposta passar pela votação do Plenário da Câmara dos Deputados. A preocupação novamente é com o tempo de análise da proposta. "O grande problema é que, se chega no Plenário, a matéria vai ficar adormecida na pilha de projetos em análise. E aí não se sabe mais quando será votado", argumenta. O entendimento do relator é que a Comissão Geral realizada hoje serviu também como uma alternativa à apreciação do Plenário, na medida em que dá visibilidade ao debate da proposta.
Mantendo-se terminativo, o PL 29/2007 precisaria passar ainda pela Comissão de Constituição e Justiça após ser aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia. Sendo validado pelas duas comissões, o texto seguirá direto ao Senado Federal.
Hipótese do plenário
Ainda assim, nada impede que os deputados façam um requerimento para levar a proposta ao Plenário. Neste caso, é preciso a adesão de, ao menos, 10% dos parlamentares (52 deputados) para solicitar a votação. Apesar de Bittar defender a tese de que a proposta deve passar apenas pelas comissões, há quem discorde dessa análise.
O deputado Miro Teixeira (PDT/RJ) apóia publicamente que a proposta seja analisada no Plenário, dada sua relevância. Idealizador da Comissão Geral sobre o tema realizada hoje, Teixeira deu indícios em seu discurso durante a solenidade de que tentará recolher as assinaturas necessárias para retirar o caráter terminativo do projeto. "É temerário que uma lei como esta fique restrita à apreciação da comissão temática. O Plenário representa a diversidade. Esse (a realização da Comissão Geral) foi o primeiro movimento para trazer a matéria a Plenário", declarou. Mariana Mazza - TELA VIVA News
Política de comunicações
Must carry e afiliadas viram foco de disputa no PL 29
23/04/2008, 20h40
Um dos principais focos de conflito do PL 29/2007 tem sido a questão da distribuição dos sinais das emissoras de radiodifusão por meio das redes de TV por assinatura, ou melhor, dos futuros prestadores do serviço audiovisual de acesso condicionado, previstos no projeto. A proposta do relator Jorge Bittar (PT/RJ) é que a distribuição seja obrigatória no caso dos sinais analógicos e negociada no caso dos sinais digitais. Ou seja, as emissoras de TV podem cobrar pela distribuição dos sinais digitais. Por outro lado, empresas de DTH, por exemplo, podem distribuir os sinais nacionais das redes de TV. Há várias posições a respeito.
Evandro Guimarães, vice-presidente de relações institucionais das organizações Globo e diretor da Abert, defende, em nome da associação, a preservação do modelo federativo da radiodifusão. Defende que os operadores de TV paga, em qualquer tecnologia, só distribuam os sinais das geradoras locais. É o que nos EUA foi denominado "local into local". Da forma como está o PL 29, nada impede que uma empresa que opere por satélite feche com uma grande rede de TV a distribuição do sinal nacional.
Por outro lado, os operadores de TV por assinatura não querem a possibilidade de cobrança pelos sinais das emissoras de TV. Alegam que hoje o modelo da TV paga está baseado nessa distribuição gratuita, e que esse é um direito do consumidor, já que a TV aberta é gratuita por natureza.
A questão da distribuição dos sinais da TV aberta é um dos pontos para os quais são esperadas mudanças no relatório do deputado Jorge Bittar, que já anunciou que só vai alterar o texto se for plenamente convencido de que existe um problema, o que ainda não aconteceu. Samuel Possebon - TELA VIVA News
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Que tal uma semana sem TV? Você aguenta?
O Desligue a TV é uma campanha para conscientizar a opinião pública sobre os males do excesso de televisão no cotidiano. Nossa proposta não é banir o meio de comunicação por completo, mas discutir o seu uso e colaborar com a divulgação e criação de atividades alternativas.
Baseado na iniciativa internacional TV Turnoff Network, o seu foco principal é a Semana Mundial, que acontece sempre nos últimos sete dias de Abril, nos países participantes. Trata-se de uma semana dedicada a outras vivências.
A importância da televisão é um fato, em especial na nossa sociedade em que, na maioria das vezes, é a única fonte de informação e entretenimento. A proposta não é baní-la dos lares brasileiros e, sim, discutir sua utilização. É preciso lutar por uma comunidade que perceba novamente os encantos da convivência e se conscientizem a respeito dos números alarmantes da quantidade de horas que as pessoas passam em frente à tela. O Desligue a TV defende a utilização do conteúdo da televisão como a escolha de um livro em uma livraria ou de um DVD em uma locadora. O conteúdo deve ser escolhido e não “zapeado”, pois essa é a grande prática de sustentabilidade para uma TV de baixa qualidade. Além disso, o excesso de televisão acarreta em uma exposição enorme aos comerciais e ao "merchandising”, levando as pessoas a um consumismo desenfreado, um menor engajamento cívico e um declínio da socialização".
De Ana Lucia Villela, Presidente do Instituto Alana.
"Os movimentos relacionados à qualidade da programação televisiva tem como foco o gerador de conteúdo. Nós, do Desligue a TV, queremos atingir quem recebe: o telespectador. As pessoas assistem uma programação de baixa qualidade, muitas vezes, pelo hábito de estar em frente a TV ou com ela sempre ligada. A partir do momento em que você discute o seu excessivo uso, apresentando alternativas de uma vida fora da tela, o usuário se torna mais seletivo e essa seleção é um instrumento valiosíssimo para a melhora da qualidade da programação da TV brasileira".
De Marcos Nisti, Coordenador do Desligue a TV
http://www.desligueatv.com.br/
domingo, 20 de abril de 2008
Um livro didático?
O livro é de fevereiro.
Fala sobre a podridão e pobreza da chamada nova mídia, em especial a impressa no UK.Usa uma analogia de que a terra seria plana, segundo a mídia e todos acreditam.Já há muito debate e críticas pelo mundo.Só sei até aqui...tenho mais é que ler.
http://www.flatearthnews.net/
Sobre Nick Davies
Nick Davies, foi nomeado Jornalista do Ano, Repórter do Ano e Feature Escritor do Ano pelas suas investigações em crime, drogas, a pobreza e outras questões sociais. Centenas de jornalistas têm assistido a sua masterclass sobre as técnicas de investigação em denúncias.Jornalista desde 1976 é, atualmente, um freelance, que trabalha regularmente como correspondente especial para o The Guardian.Ele também faz documentários; era um ex-on-screen repórter da World Numa acção.Seus quatro livros incluem White Lies (sobre um racista e erros judiciários no Texas) e Dark Heart (sobre a pobreza na Grã-Bretanha). Ele foi o primeiro vencedor do prêmio Martha Gellhorn por relatar o seu trabalho de investigação sobre a falta de escolas e recentemente ganhou o prêmio de Jornalismo europeu pelas suas investigações e trabalho sobre drogas e política.
Cara pálida nunca ouve mãe terra.Viva o índio.
Realidades, a intolerância e derrotas sofridas, nossa dívida para com as tribos, racismo, demarcações de terras injustas...mais um dia de índio.
Essa carta escrita por um cacique em 1.855 está mais viva do que nunca... Sacred Spirit.O clipe desta música da Sacred Spirit e a carta que o Cacique Seattle enviou ao presidente dos EUA
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Espetacular
Com a cobertura da morte da menina Isabella Nardoni, 5, a audiência dos telejornais cresceu até 46% na primeira quinzena deste mês em relação ao mesmo período de março --é o caso do "Brasil Urgente", da Band. A informação é da coluna Outro Canal, de Daniel Castro, na Folha desta sexta-feira.A audiência do "Balanço Geral", da Record, cresceu 25%. Ontem, o programa tinha em seu cenário uma cama, como se fosse a de Isabella. Já o "Fala que Eu Te Escuto", da Igreja Universal, "reconstituiu" o crime com atores.
Ao caso Isabella também são atribuídas as consecutivas lideranças da Record no período matutino.
No "Jornal Nacional", a cobertura chegou a ocupar 15 minutos e 20 segundos na edição da última terça-feira (15), o equivalente a 37% do telejornal. A Globo mobilizou 18 repórteres, oito produtores e 20 cinegrafistas para cobrir o caso. Eles fazem plantões permanentes em casas de parentes de Isabella e em delegacias.
Fonte FSP
Pergunto eu.Quantas "barricadas" serão necessárias entre jornalistas, comoção, polícia, judiciário e a nossa mídia?
terça-feira, 15 de abril de 2008
Nostradamus na Web
Web anuncia catástrofe para 2012
Os criadores de uma rede de computadores que garante ser capaz de cruzar informações e predizer os rumos das bolsas e mercados afirmam ter descoberto também que podem prever outros acontecimentos, como aconteceu nos ataques de 11 de setembro, e agora crêem que outra catástrofe deve acontecer em quatro anos.
Muitos sites na Internet têm data e hora para o fim do mundo, o qual não estaria muito distante. Projetos de "redes bots" (rede de computadores sob controle de um hacker) prevêem que em 2012 ocorrerá uma catástrofe sem precedentes na história da humanidade, de acordo com informações do Terra Chile.
Esta intrigante tecnologia surgiu no fim dos anos noventa, quando a Internet começava a se popularizar. Entre diferentes sistemas, o principal é o Web Bot Project, cujo objetivo inicial era programar um método conhecido como web spidering para navegar na rede, buscando palavras ou números que poderiam relacionar-se e, desse modo, prever uma alta ou baixa de ações na bolsa de valores.
O mesmo tipo de técnica é comumente usado por mecanismos de busca para automatizar e melhorar os processos de pesquisa na Internet. O problema é que ela é utilizada hoje também para bots malignos e atividades fraudulentas. O objetivo de quem os cria é que os usuários acessem as redes bot e, sem saber, baixem um código malicioso. O conteúdo de sites é copiado para ser usado em fraudes phishing, envio de spam e ataques DDoS (ataques distribuídos de negação de serviço).
Segundo o Web Bot Project, as redes bots não apenas são capazes de anunciar movimentos futuros da bolsa, mas também acontecimentos de outro tipo. Em julho de 2001, o Web Bot Project informou que um fato ocorreria nos Estados Unidos, modificando os rumos da política mundial. Em 11 de setembro do mesmo ano, grupos terroristas derrubaram as Torres Gêmeas de Nova York e atacaram o Pentágono em Washington. Agora o mesmo Web Bot Project detectou que outro fato de conseqüências devastadoras pode ocorrer em 2012, mas não determina que tipo de acontecimento seria este.
Fonte: AP
segunda-feira, 14 de abril de 2008
EUA e a sobrevivência dos jornais impressos na era da internet
“O século 21 não é tempo para ser uma empresa de jornal tradicional”. Esse argumento foi o ponto de partida para o desenvolvimento de um relatório lançado em fevereiro deste ano, nos Estados Unidos.
A versão 2.0 do projeto Newspaper Next, organizada pelo Instituto de Imprensa Norte-Americano, tem uma certeza: ou os jornais se adaptam ao mundo online ou quebrarão. E a razão é simples: não haverá investimento em publicidade para quem não se mexer rapidamente.
O relatório é uma espécie de guia de sobrevivência para sair dessa sinuca de bico. Conheça abaixo os detalhes do projeto.
Premissa
O estudo se apóia em conceitos de marketing para pregar que as empresas que editam jornais devem se adequar àquilo que a sociedade da era digital necessita e espera. Não é à toa que o terceiro — e conclusivo — capítulo do é intitulado Maximizing Online Revenue (Maximizando as Receitas Online).
Caindo
Principal fonte de receita, a venda de espaços publicitários está em queda livre nos impressos. Em 1990, os jornais chegavam às bancas com 25% dos investimentos em mídia nacional. Hoje respondem por menos de 17% do ad share (participação nas receitas obtidas com venda de anúncios).
Subindo
A internet respondia por 3% até 2004. Hoje está perto dos 8% e já trava empate técnico com a TV a cabo e o rádio. Crescimento similar ao da internet só foi registrado na história dos Estados Unidos no início dos anos 50, quando a televisão saltou do nada para a casa dos 15% em menos de 10 anos.
Saída
A proposta é encontrar nichos de mercado e desenvolver produtos e serviços online, como jornais, guias, redes sociais, comunitárias e projetos wiki (como a Wikipédia) para novos públicos, principalmente os não-leitores.
Ferramentas
O guia sugere foco em comunidades, interação, debates e formação de redes de interesses comuns a partir de formatos e canais eficazes, com preços variados para atender classes sociais diversas.
Aplicação
Cerca de 4 mil executivos e gerentes de jornais foram treinados em workshops no projeto para usarem as ferramentas, conceitos e processos propostos no estudo. O relatório em inglês funciona como um guia, baseado nos mesmos conceitos dos treinamentos.
Estudos de caso
Mesmo sem a presença de gigantes como o New York Times, os 24 estudos de caso conseguem mostrar com eficácia o processo de organização e de financiamento de novos produtos, todos desenvolvidos durante a pesquisa. A apresentação de cada case é composta de: público-alvo, clientes corporativos, pesquisa, financiamento, indicadores e lições aprendidas.
OBS:Outro dia perguntei ao entregador de jornais aqui de casa se tinha diminuído o seu trabalho.Ele disse que faz esse serviço há dez anos e teme pelo seu emprego.
A versão 2.0 do projeto Newspaper Next, organizada pelo Instituto de Imprensa Norte-Americano, tem uma certeza: ou os jornais se adaptam ao mundo online ou quebrarão. E a razão é simples: não haverá investimento em publicidade para quem não se mexer rapidamente.
O relatório é uma espécie de guia de sobrevivência para sair dessa sinuca de bico. Conheça abaixo os detalhes do projeto.
Premissa
O estudo se apóia em conceitos de marketing para pregar que as empresas que editam jornais devem se adequar àquilo que a sociedade da era digital necessita e espera. Não é à toa que o terceiro — e conclusivo — capítulo do é intitulado Maximizing Online Revenue (Maximizando as Receitas Online).
Caindo
Principal fonte de receita, a venda de espaços publicitários está em queda livre nos impressos. Em 1990, os jornais chegavam às bancas com 25% dos investimentos em mídia nacional. Hoje respondem por menos de 17% do ad share (participação nas receitas obtidas com venda de anúncios).
Subindo
A internet respondia por 3% até 2004. Hoje está perto dos 8% e já trava empate técnico com a TV a cabo e o rádio. Crescimento similar ao da internet só foi registrado na história dos Estados Unidos no início dos anos 50, quando a televisão saltou do nada para a casa dos 15% em menos de 10 anos.
Saída
A proposta é encontrar nichos de mercado e desenvolver produtos e serviços online, como jornais, guias, redes sociais, comunitárias e projetos wiki (como a Wikipédia) para novos públicos, principalmente os não-leitores.
Ferramentas
O guia sugere foco em comunidades, interação, debates e formação de redes de interesses comuns a partir de formatos e canais eficazes, com preços variados para atender classes sociais diversas.
Aplicação
Cerca de 4 mil executivos e gerentes de jornais foram treinados em workshops no projeto para usarem as ferramentas, conceitos e processos propostos no estudo. O relatório em inglês funciona como um guia, baseado nos mesmos conceitos dos treinamentos.
Estudos de caso
Mesmo sem a presença de gigantes como o New York Times, os 24 estudos de caso conseguem mostrar com eficácia o processo de organização e de financiamento de novos produtos, todos desenvolvidos durante a pesquisa. A apresentação de cada case é composta de: público-alvo, clientes corporativos, pesquisa, financiamento, indicadores e lições aprendidas.
OBS:Outro dia perguntei ao entregador de jornais aqui de casa se tinha diminuído o seu trabalho.Ele disse que faz esse serviço há dez anos e teme pelo seu emprego.
domingo, 6 de abril de 2008
Aldous Huxlei e o nosso cientista João A.Zuffo.Um Novo admirável mundo Novo.
O professor João Antonio Zuffo, do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo, acaba de lançar o livro de ficção científica "Flagrantes da Vida no Futuro".Ficção científica mas com base na evolução normal das tecnologias e da comunicação.Genética, robótica, casa e carro inteligente.Super impacto das imagens que chegarão a resolução de 500 milhões de pixels iguais a do ser humano.Sistemas holográficos.Ver um jogo de futebol sob o ângulo da visão do juiz em tempo real.Avatar pessoal em tempo real numa conferência mundial....e muito mais.Imperdível uma entrevista com o professor Zuffo, fundador e coordenador geral do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI), da Escola Politécnica da USP.
Blog Renato Cruz
Blog Renato Cruz
Evento.NewsCamp e a Mídia....uma grande "desconferência".Vale participar.
No dia 12 de abril acontece em São Paulo a segunda edição do NewsCamp, uma desconferência sobre Jornalismo. Assim como a Ciranda de Textos, o NewsCamp também teve sua origem na Lista Jornalistas da Web.
Quem não puder ir até São Paulo para participar do evento pode acompanhar a "desconferência virtual". Desde o final de março, rola blogosfera afora o "Esquenta do NewsCamp!". A idéia é a de se fazer postagens sobre temáticas que se gostaria ver sendo discutidas no evento, como uma forma de se preparar para as discussões que por lá serão travadas. Além de servir como um ótimo aperitivo do que vai acontecer por lá, também é uma forma interessante de fazer com que pessoas que, como a gente, não terão como estar presentes, também possam participar das discussões.
Sam Shiraishi, do Nossa Via, colocou em pauta a discussão sobre nova e velha mídia, além de comentar um pouco sobre as especificidades do meio online. No post, ela sugere a idéia de que uma mídia absorve a outra, e que a nova geração de jornalistas estaria mais preparada para enfrentar essas mudanças. A partir disso, a Ceila Santos, lá no blog do NewsCamp, sugeriu que a discussão fosse continuada...
Dentro dessa perspectiva, talvez fosse ser interessante discutir no NewsCamp, também, a questão das novas ferramentas para comunicação na web, e no que elas podem influenciar na prática do Jornalismo. Será que o Twitter poderá acabar com o impresso? Será que joguinhos e entretenimento serão a grande tendência do online? As empresas jornalísticas que ficarem de fora das redes sociais terão condições de sobreviver?
As possibilidades de interação entre os meios de comunicação e a sociedade, através das ferramentas da Web, devem ser vistas como uma extensão do jornalismo "tradicional" - um avanço, um complemento. Por exemplo, as contribuições que podem ser feitas nos espaços destinados aos comentários de alguns veículos podem influenciar na pauta desses mesmos veículos. Além disso, os links que alguns sites estão utilizando para blogs que comentam suas notícias através da ferramenta trackback também provocam pequenas mudanças no modo como encaramos as notícias. Este é o caso, por exemplo, dos jornais Público, de Portugal, e La Vanguardia, da Espanha (e muitos outros sites europeus) que utilizam a ferramenta Twingly para disponibilizar de forma automática links das postagens de blogs que fazem referência àquela notícia. A CNN.com usa a tecnologia do Sphere para linkar para posts de blog (conforme comentado pelo Thassius). No Brasil, a própria Agência Brasil já faz algo parecido, listando as notícias "mais blogadas" em sua página inicial (como lembrado pelo Gustavo D'Andrea). Então, o leitor mais apurado, que procura ver a discussão e repercussão daquela informação na blogosfera, poderá acompanhar as opiniões das pessoas que estão escrevendo e fazendo referência àquele texto. Ou seja, a notícia online já não termina mais na última palavra do texto, mas pode ser apenas o primeiro passo rumo à discussão sobre um tema, que pode ser comentado por qualquer pessoa que possua um blog, ou então, gerar discussões em redes sociais ou servir de pretexto para diálogos no Twitter.
O leitor tem outras formas de interagir com a notícia votando nas que ele julgar melhor, dando de certa forma o seu aval àquela informação. Uma outra forma, porém mais passiva, de voto, seria o seu simples acesso, pois há sites que disponibilizam em suas home pages listas das notícias mais acessadas, que podem acabar influenciando nos clics dos visitantes. Antes, quando se comprava um jornal impresso, as manchetes eram definidas exclusivamente pela redação dos jornais. Agora, o leitor passa a poder influenciar nas manchetes que irão para a capa num simples clicar. Com isso, tem-se conhecimento instantâneo e imediato do que está sendo mais lido pelos visitantes do site, e, mesmo que ainda sejam influenciados pelas manchetes sugeridas pela redação, há a possibilidade de uma notícia que foi julgada de pouca importância para a capa ir parar na página inicial.
Essas são algumas sugestões de assuntos que também poderiam ser abordados lá no NewsCamp. E também daria para discutir no que a interconexão em tempo real poderia contribuir para a prática jornalística - será que a web e suas ferramentas não abriria a possibilidade de construção de redações descentralizadas e produção colaborativa à distância de conteúdo?
Como participar do Esquenta do NewsCamp:
1- Faça um post sobre aquilo que considera relevante discutir no NewsCamp
2- Envie o link do post para ceilasan@gmail.com com Assunto Esquenta do NewsCamp
3-Coloque a tag NewsCamp junto com o tema escolhido por você neste post
4- Publique seu post no seu blog até dia 10 de abril
http://newscamp.wordpress.com/
Quem não puder ir até São Paulo para participar do evento pode acompanhar a "desconferência virtual". Desde o final de março, rola blogosfera afora o "Esquenta do NewsCamp!". A idéia é a de se fazer postagens sobre temáticas que se gostaria ver sendo discutidas no evento, como uma forma de se preparar para as discussões que por lá serão travadas. Além de servir como um ótimo aperitivo do que vai acontecer por lá, também é uma forma interessante de fazer com que pessoas que, como a gente, não terão como estar presentes, também possam participar das discussões.
Sam Shiraishi, do Nossa Via, colocou em pauta a discussão sobre nova e velha mídia, além de comentar um pouco sobre as especificidades do meio online. No post, ela sugere a idéia de que uma mídia absorve a outra, e que a nova geração de jornalistas estaria mais preparada para enfrentar essas mudanças. A partir disso, a Ceila Santos, lá no blog do NewsCamp, sugeriu que a discussão fosse continuada...
Dentro dessa perspectiva, talvez fosse ser interessante discutir no NewsCamp, também, a questão das novas ferramentas para comunicação na web, e no que elas podem influenciar na prática do Jornalismo. Será que o Twitter poderá acabar com o impresso? Será que joguinhos e entretenimento serão a grande tendência do online? As empresas jornalísticas que ficarem de fora das redes sociais terão condições de sobreviver?
As possibilidades de interação entre os meios de comunicação e a sociedade, através das ferramentas da Web, devem ser vistas como uma extensão do jornalismo "tradicional" - um avanço, um complemento. Por exemplo, as contribuições que podem ser feitas nos espaços destinados aos comentários de alguns veículos podem influenciar na pauta desses mesmos veículos. Além disso, os links que alguns sites estão utilizando para blogs que comentam suas notícias através da ferramenta trackback também provocam pequenas mudanças no modo como encaramos as notícias. Este é o caso, por exemplo, dos jornais Público, de Portugal, e La Vanguardia, da Espanha (e muitos outros sites europeus) que utilizam a ferramenta Twingly para disponibilizar de forma automática links das postagens de blogs que fazem referência àquela notícia. A CNN.com usa a tecnologia do Sphere para linkar para posts de blog (conforme comentado pelo Thassius). No Brasil, a própria Agência Brasil já faz algo parecido, listando as notícias "mais blogadas" em sua página inicial (como lembrado pelo Gustavo D'Andrea). Então, o leitor mais apurado, que procura ver a discussão e repercussão daquela informação na blogosfera, poderá acompanhar as opiniões das pessoas que estão escrevendo e fazendo referência àquele texto. Ou seja, a notícia online já não termina mais na última palavra do texto, mas pode ser apenas o primeiro passo rumo à discussão sobre um tema, que pode ser comentado por qualquer pessoa que possua um blog, ou então, gerar discussões em redes sociais ou servir de pretexto para diálogos no Twitter.
O leitor tem outras formas de interagir com a notícia votando nas que ele julgar melhor, dando de certa forma o seu aval àquela informação. Uma outra forma, porém mais passiva, de voto, seria o seu simples acesso, pois há sites que disponibilizam em suas home pages listas das notícias mais acessadas, que podem acabar influenciando nos clics dos visitantes. Antes, quando se comprava um jornal impresso, as manchetes eram definidas exclusivamente pela redação dos jornais. Agora, o leitor passa a poder influenciar nas manchetes que irão para a capa num simples clicar. Com isso, tem-se conhecimento instantâneo e imediato do que está sendo mais lido pelos visitantes do site, e, mesmo que ainda sejam influenciados pelas manchetes sugeridas pela redação, há a possibilidade de uma notícia que foi julgada de pouca importância para a capa ir parar na página inicial.
Essas são algumas sugestões de assuntos que também poderiam ser abordados lá no NewsCamp. E também daria para discutir no que a interconexão em tempo real poderia contribuir para a prática jornalística - será que a web e suas ferramentas não abriria a possibilidade de construção de redações descentralizadas e produção colaborativa à distância de conteúdo?
Como participar do Esquenta do NewsCamp:
1- Faça um post sobre aquilo que considera relevante discutir no NewsCamp
2- Envie o link do post para ceilasan@gmail.com com Assunto Esquenta do NewsCamp
3-Coloque a tag NewsCamp junto com o tema escolhido por você neste post
4- Publique seu post no seu blog até dia 10 de abril
http://newscamp.wordpress.com/
sábado, 5 de abril de 2008
A rede deve ser livre até para campanhas políticas no Brasil?
PROIBIÇÃO DE CAMPANHA NA INTERNET É INCONSTITUCIONAL E EXAGERADA
Um parecer técnico da assessoria do TSE, que quer proibir o uso livre da Internet nas eleições, traz a absurda conclusão: "o que não é previsto [na legislação eleitoral] é proibido". Pois é exatemente o contrário, o que a lei não proibe é permitido. Imagine se prevalecer esta idéia da assessoria do TSE? Estaremos vivendo na sociedade do Minority Report. Você poderá ser culpado de algo que a lei não proibe. É o princípio Kafkiano aplicado. Inclusive, para ser aplicável tal afirmação violaria o princípio de que a lei só retrocede a favor do réu. Ninguém pode ser condenado por um ato que não era ilegal no momento em que foi praticado.
O mais estranho e absurdo é o TSE legislar sobre eleições. Quem deve legislar é outro Poder. Para ter a devida isenção e distância das disputas políticas, o Judiciário não deveria violar o princípio de Montesquieu. Quem julga não pode definir a lei. Quem legisla não pode julgar. Dizer que proibir a propaganda na Internet, a rede mundial de computadores, é um ato administrativo, uma mera regulamentação da Lei Eleitoral, é um pouco descabido. Não acha?
Outra aberração é dizer que se alguém criar uma comunidade no orkut de um candidato, esse candidato será responsabilizado e poderá ser cassado. Imagine! Os adversários de uma candidatura poderão se divertir a valer. Basta simplesmente fazer uns perfis falsos e criar comunidades pró-fulano. Pronto, fulano será cassado. O pior. Fulano recorrerá contra esta decisão absurda e desmoralizará a inaplicável resolução. Quando um código é exagerada serve tão somente a aplicação arbitrária.
Como disse Marcelo Tas, o TSE deveria incentivar o debate democrático. Deveria incentivar as manifestações usando os inúmeros recursos da rede, a maioria absoluta gratuitos. Dizer que o TSE quer coibir o poder econômico é desconhecer totalmente o funcionamento da rede. Ao contrário, ao bloquear o uso de recursos gratuitos (orkut, blogs, Flickr, videologs, youtube, myspace, facebook, twitter, e tantos outros que os técnicos do TSE pretendem controlar) a resolução do TSE privilegia o uso de recursos pagos. Um absurdo.
Por fim, será que os Ministros perceberam o exagero da Resolução? Com ela está proibido o uso de e-mails e listas de discussão. Como cidadão, eu quero interferir nas leis que terei que seguir. Onde foi realizado o debate público desta resolução que chega a legislar sobre o uso de uma rede transnacional? Acho que é hora da OAB e dos juristas defenderem o estado de direito e o princípio da divisão de poderes.
Blog do Sergio Amadeu
Um parecer técnico da assessoria do TSE, que quer proibir o uso livre da Internet nas eleições, traz a absurda conclusão: "o que não é previsto [na legislação eleitoral] é proibido". Pois é exatemente o contrário, o que a lei não proibe é permitido. Imagine se prevalecer esta idéia da assessoria do TSE? Estaremos vivendo na sociedade do Minority Report. Você poderá ser culpado de algo que a lei não proibe. É o princípio Kafkiano aplicado. Inclusive, para ser aplicável tal afirmação violaria o princípio de que a lei só retrocede a favor do réu. Ninguém pode ser condenado por um ato que não era ilegal no momento em que foi praticado.
O mais estranho e absurdo é o TSE legislar sobre eleições. Quem deve legislar é outro Poder. Para ter a devida isenção e distância das disputas políticas, o Judiciário não deveria violar o princípio de Montesquieu. Quem julga não pode definir a lei. Quem legisla não pode julgar. Dizer que proibir a propaganda na Internet, a rede mundial de computadores, é um ato administrativo, uma mera regulamentação da Lei Eleitoral, é um pouco descabido. Não acha?
Outra aberração é dizer que se alguém criar uma comunidade no orkut de um candidato, esse candidato será responsabilizado e poderá ser cassado. Imagine! Os adversários de uma candidatura poderão se divertir a valer. Basta simplesmente fazer uns perfis falsos e criar comunidades pró-fulano. Pronto, fulano será cassado. O pior. Fulano recorrerá contra esta decisão absurda e desmoralizará a inaplicável resolução. Quando um código é exagerada serve tão somente a aplicação arbitrária.
Como disse Marcelo Tas, o TSE deveria incentivar o debate democrático. Deveria incentivar as manifestações usando os inúmeros recursos da rede, a maioria absoluta gratuitos. Dizer que o TSE quer coibir o poder econômico é desconhecer totalmente o funcionamento da rede. Ao contrário, ao bloquear o uso de recursos gratuitos (orkut, blogs, Flickr, videologs, youtube, myspace, facebook, twitter, e tantos outros que os técnicos do TSE pretendem controlar) a resolução do TSE privilegia o uso de recursos pagos. Um absurdo.
Por fim, será que os Ministros perceberam o exagero da Resolução? Com ela está proibido o uso de e-mails e listas de discussão. Como cidadão, eu quero interferir nas leis que terei que seguir. Onde foi realizado o debate público desta resolução que chega a legislar sobre o uso de uma rede transnacional? Acho que é hora da OAB e dos juristas defenderem o estado de direito e o princípio da divisão de poderes.
Blog do Sergio Amadeu
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Eram os jornalistas astronautas?
O colapso da razão ética
Por Venício A. de Lima em 1/4/2008
O que leva um jovem profissional ou um aluno de pós-graduação a considerar "normal" que uma empresa de comunicação se alie a um governo ou aos interesses de um poderoso grupo de anunciantes e que seu jornalismo deliberadamente omita, distorça e manipule informações?
Por que as constatações de que "todos fazem do mesmo jeito", "se não fizer assim não sobrevive", "esse é o jogo jogado" etc. se tornam suficientes para que profissionais se ajustem inteiramente ao "sistema"?
Por que se considera que as empresas de comunicação "são empresas como quaisquer outras", "seu objetivo é ter lucro" e para isso "devem fazer o que for necessário que se faça ou ficarão fora do mercado"?
Por que os códigos de ética profissional são desconhecidos ou solenemente ignorados como documentos "fora da realidade" cuja aplicação levaria ao fracasso profissional e da empresa?
Por que esses jovens não se consideram parte do problema – "é assim que funciona" – e consideram "ingênuos" os que eventualmente se sentem indignados e buscam caminhos para alterar a situação?
Essas, por óbvio, não são questões novas e, certamente, não se restringem ao campo profissional das Comunicações. E, exatamente por essa razão, são questões que não podem ser ignoradas e sobre as quais temos o dever de retornar sempre.
Qual a diferença?
Em seu Jornalismo na era virtual: ensaios sobre o colapso da razão ética (Editora Perseu Abramo/Unesp, 2005), Bernardo Kucinski chama a atenção para o fato de que os jovens jornalistas rejeitam a possibilidade de uma ética"porque isso está em conflito com seus valores fundamentais, acima de tudo os valores individualismo e tolerância". Lembra também que...
"...o desemprego estrutural (...) fez da competição com o próprio companheiro uma necessidade de sobrevivência. (...) Nesse ambiente, as éticas socialmente constituídas cederam espaço a uma ética de cada indivíduo. (...) É também uma ética de muitos direitos e poucos deveres. Cada um tem o dever de pensar antes de tudo em si mesmo, em seu projeto de vida. Uma ética em que o dever é definido como negação do social, como celebração da individuação ética".
As ponderações de Kucinski certamente nos ajudam a compreender o que está acontecendo com os jovens estudantes e profissionais. É algo que vai muito além do próprio campo das Comunicações e – correndo o risco de parecer moralista – tem a ver com os valores e práticas que dominam o nosso tempo de pensamento único e capitalismo globalizado.
A impressão que muitas vezes se tem, no entanto, é que enfrentamos no Brasil questões que já foram experimentadas, debatidas e, sobretudo, superadas em outras democracias capitalistas há várias gerações.
Qual deve ser o compromisso básico norteador da formação dos jovens que buscam tornar-se jornalistas profissionais? O que diferencia uma empresa de comunicação de outra empresa qualquer? Qual é o paradigma dentro do qual o jornalismo deve ser avaliado?
Complexidades contemporâneas
Joseph Pulitzer, dono de jornal, modelo de jornalista e "pai" da famosa Columbia School of Journalism nos EUA, escreveu sobre formação profissional em 1904:
"É a idéia de trabalhar para a comunidade, não para o comércio, não para si próprio, mas primariamente para o público, que precisa ser ensinada. A Escola de Jornalismo é para ser, em minha concepção, não somente `não-comercial´ mas anticomercial". ("The College of Journalism", North American Review, cit. por J. Scheuer in The Big Picture, 2008)
Na edição anterior deste Observatório tratei aqui das conclusões do relatório da Hutchins Commission publicadas pela primeira vez em 1947 ("O velho (novo) paradigma faz 61 anos"). A prevalência do paradigma da responsabilidade social de jornalistas e empresários de comunicação foi celebrada pelos membros da Hutchins Commission e tem sido muitas vezes confirmada por decisões judiciais nos Estados Unidos ao longo dos últimos 60 anos.
Atravessamos no Brasil um período de profundas transformações que implicará importantes mudanças estruturais, regulatórias e em relação à natureza mesma do sistema de comunicações. Dessas transformações vai surgir um novo perfil (já em construção) de profissional e uma nova correlação de forças entre os principais atores do setor.
O que literalmente assusta e perturba aqueles que temos responsabilidades na formação de profissionais do setor e na observação da mídia é que essas transformações estejam a ocorrer dentro de um profundo "vazio ético", como diz Kucinski.
Fazer nascer uma nova ética profissional que leve em conta as complexidades contemporâneas talvez se constitua em um dos principais desafios do campo das Comunicações nos próximos anos.
Tablóides Games.Mais uma indústria da mídia de entretenimento.
Separação do casal virou joguinho em flash
Para mim é mais uma buzzword. Caso contrário, daqui a pouco, vai ter categoria para tudo que é tipo de jogo.
Tabloid Games são games que têm como referência escândalos envolvendo celebridades. Seria como uma subcategoria de newsgames.
O mais recente é um que você tem que ajudar Heather Mills a separar-se de Paul McCartney. Outro famoso, no entanto mais antigo, é o Escape Paris, no qual você auxilia Paris Hilton, na época presa, a sair da cadeia.
Tiago Doria
Jornalismo é isso..........
Do ombudsman da Folha de S.Paulo, Mário Magalhães:
"Jornalismo crítico não é enumerar declarações críticas de uns contra os outros, mas mostrar a vida como ela é e desconfiar do poder – de todos os poderes".
"Jornalismo crítico não é enumerar declarações críticas de uns contra os outros, mas mostrar a vida como ela é e desconfiar do poder – de todos os poderes".
terça-feira, 1 de abril de 2008
Como evitar que o Google domine o mundo....
O scrogoogle controla o google. Tem proteção, faz uma capa e simula um usuário e passa para um servidor e desaparece para o google.Evita que o site de busca mais acessado do mundo saiba quem você é e que está trabalhando gratuitamente para ele, apesar de tentar te rastrear rapidamente.É só entrar , fazer a busca dentro do google como um usuário estranho, rápido e desaparecer.Você deve permanecer pouco tempo antes que o próprio google descubra.O scroogle é colaborativo.Visite o site.
http://www.scroogle.com.br/
http://www.scroogle.com.br/
Conglomerados em ação.
Mobile advertisingNBC junta celular, TV e web em um único pacote publicitário.Durante as Olimpíadas de Pequim, a rede norte-americana de TV NBC Universal venderá em um único pacote espaço publicitário em três de suas principais plataformas: TV, web e telefones celulares. A estratégia é uma extensão daquela já utilizada pela NBC, que há algum tempo começou a vender pacotes de espaço publicitário em seus canais de TV e em seus sites na internet simultaneamente. "As Olimpíadas deste ano mudarão o mercado de vídeo on line no celular", prevê o diretor de produtos digitais da companhia, George Kliavkoff.Atualmente, as mídias digitais representam uma receita de aproximadamente US$ 1 bilhão por ano para o conglomerado. Mas os telefones celulares ainda respondem por uma fatia pequena desse total, admite o executivo. Segundo Kliavkoff, há muito a ser melhorado no mercado de telefonia celular, como, por exemplo, instrumentos para medir o retorno de campanhas publicitárias no celular. Os preços também são um problema. "É difícil explicar para o usuário porquê uma música inteira custa US$ 0,99 no PC e dez segundos dela custam US$ 3,99 no celular", comparou.PortaisA NBC tradicionalmente disponibiliza seus sites móveis fora dos decks das operadoras, mas, recentemente, firmou acordo com Alltell, AT&T e T-Mobile para que eles sejam incluídos nos portais WAP dessas teles. "Por enquanto, esse é o melhor caminho para as pessoas conhecerem nossos sites. Mas, com o passar o do tempo, portais off-deck crescerão muito. Se a marca for boa, ela fará sucesso mesmo fora do portal da operadora", acredita Kliavkoff.
O executivo participou nesta segunda-feira, 31, do Mobile Entertainment Live, conferência que antecede a CTIA Wireless 2008, em Las Vegas. Fernando Paiva, de Las Vegas - TELA VIVA News
O executivo participou nesta segunda-feira, 31, do Mobile Entertainment Live, conferência que antecede a CTIA Wireless 2008, em Las Vegas. Fernando Paiva, de Las Vegas - TELA VIVA News
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