Diólia Graziano
cientista social aplicada
Fiquei encantada com a proposta do Projeto 2014K - A copa de 2014 ao vivo em 3D. Contudo vale ressaltar que ele possui uma infraestrutura particular, do projeto, não sendo comercialmente possível. O Brasil não tem infraestrutura que suporte o transito de tantos dados. Se o fluxo de vídeo na rede de Internet é o que ocupa mais espaço no espectro, mesmo sendo qualidade Youtube, imaginem sendo em altíssima definição e em 3D. Travaria a rede!
O PNBL-Plano Nacional de Banda Larga, até onde sabemos, contempla uma Internet com velocidade nominal de 512Kbps. Para baixar e assistir a um vídeo de 20 Mega com esta velocidade de conexão são necessários 10 minutos. Na maioria da Finlândia - onde as pessoas possuem conexão de 40 Mega - o mesmo vídeo é baixado em 4 segundos.
Banda Larga, de acordo com o presidente do Comitê Gestor da Internet é "modo de dizer". Embora fiquemos conectados à rede o mesmo tempo que os norteamericanos, dados da ComScore indicam que 84% da população com mais de 15 anos que assistiu a pelo menos um vídeo no mês na Internet, equivale ao mesmo número nos Estados Unidos. Contudo, quando se analisa o número de vídeos assistidos, os resultados se tornam diferentes. Nos Estados Unidos foram assistidos 34 bilhões de vídeos enquanto no Brasil, 2.9 bilhões; na Alemanha, 8.3. Tal dado mostra que existe espaço para crescimento e também o baixo nível da Internet brasileira, recaindo novamente no problema da falta de boa infraestrutura.Então comemorar o fato do brasileiro "navegar" muito na Internet, é uma faca de dois gumes: fica muito tempo na Internet também por que ela é lenta.
Deliciem-se com o vídeo abaixo, encantem-se como eu. Tenham orgulho de nossos pesquisadores, tendo em mente que para termos essa experiência em casa, ainda é um árduo processo de reconhecimento da importância crescente da Internet em nossas vidas e que valeria a pena repensar o PNBL como prioridade nacional, com intenso investimento em infraestrutura para prover uma Banda de Internet que seja Larga de fato, para que não se torne obsoleta e incipiente rapidamente. Isto é: ela já nasce conceitualmente carente. Da forma como está concebida, tal Internet permitirá acesso nacional ao Orkut, MSN (exemplos de sites populares), mas não permitirá a apropriação de conteúdos audiovisuais, sua remixagem, criação artística, e manifestação da expressão sociocultural brasileira na rede.
Uma vez que tratamentos médicos (hoje já é possível realizar exame oftalmológico com o uso de um aparelho celular!), educação via videoconferência e outros tantos recursos disponíveis de forma exponencial - melhorando a qualidade de vida da sociedade em todos os seus aspectos - reduzindo a necessidade de locomoção, alterando as relações de trabalho, criando novas oportunidades de renda, etc - planejar de forma lenta o fornecimento de uma conexão de 512Kbps, me parece pífio. Nem Finlândia nem Banda Larga "modo de dizer": precisamos fornecer à nossa população um meio termo, decente.
cientista social aplicada
Fiquei encantada com a proposta do Projeto 2014K - A copa de 2014 ao vivo em 3D. Contudo vale ressaltar que ele possui uma infraestrutura particular, do projeto, não sendo comercialmente possível. O Brasil não tem infraestrutura que suporte o transito de tantos dados. Se o fluxo de vídeo na rede de Internet é o que ocupa mais espaço no espectro, mesmo sendo qualidade Youtube, imaginem sendo em altíssima definição e em 3D. Travaria a rede!
O PNBL-Plano Nacional de Banda Larga, até onde sabemos, contempla uma Internet com velocidade nominal de 512Kbps. Para baixar e assistir a um vídeo de 20 Mega com esta velocidade de conexão são necessários 10 minutos. Na maioria da Finlândia - onde as pessoas possuem conexão de 40 Mega - o mesmo vídeo é baixado em 4 segundos.
Banda Larga, de acordo com o presidente do Comitê Gestor da Internet é "modo de dizer". Embora fiquemos conectados à rede o mesmo tempo que os norteamericanos, dados da ComScore indicam que 84% da população com mais de 15 anos que assistiu a pelo menos um vídeo no mês na Internet, equivale ao mesmo número nos Estados Unidos. Contudo, quando se analisa o número de vídeos assistidos, os resultados se tornam diferentes. Nos Estados Unidos foram assistidos 34 bilhões de vídeos enquanto no Brasil, 2.9 bilhões; na Alemanha, 8.3. Tal dado mostra que existe espaço para crescimento e também o baixo nível da Internet brasileira, recaindo novamente no problema da falta de boa infraestrutura.Então comemorar o fato do brasileiro "navegar" muito na Internet, é uma faca de dois gumes: fica muito tempo na Internet também por que ela é lenta.
Deliciem-se com o vídeo abaixo, encantem-se como eu. Tenham orgulho de nossos pesquisadores, tendo em mente que para termos essa experiência em casa, ainda é um árduo processo de reconhecimento da importância crescente da Internet em nossas vidas e que valeria a pena repensar o PNBL como prioridade nacional, com intenso investimento em infraestrutura para prover uma Banda de Internet que seja Larga de fato, para que não se torne obsoleta e incipiente rapidamente. Isto é: ela já nasce conceitualmente carente. Da forma como está concebida, tal Internet permitirá acesso nacional ao Orkut, MSN (exemplos de sites populares), mas não permitirá a apropriação de conteúdos audiovisuais, sua remixagem, criação artística, e manifestação da expressão sociocultural brasileira na rede.
Uma vez que tratamentos médicos (hoje já é possível realizar exame oftalmológico com o uso de um aparelho celular!), educação via videoconferência e outros tantos recursos disponíveis de forma exponencial - melhorando a qualidade de vida da sociedade em todos os seus aspectos - reduzindo a necessidade de locomoção, alterando as relações de trabalho, criando novas oportunidades de renda, etc - planejar de forma lenta o fornecimento de uma conexão de 512Kbps, me parece pífio. Nem Finlândia nem Banda Larga "modo de dizer": precisamos fornecer à nossa população um meio termo, decente.
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